O primeiro concerto do Grupo Pró-Música ocorreu a 10 de maio de 1969, com a participação da pianista Eudóxia de Barros. Ainda em 1969, apresentava-se também o primeiro programa dedicado à música contemporânea, pelo Madrigal Ars Viva de Santos, regido pelo maestro Klaus Dieter Wolff, com obras de Gilberto Mendes e Ernst Mahle.

A iniciativa primordial do projeto coube aos professores da FMRP-USP, Prof. Luiz Hildebrando Pereira da Silva, Prof. György Miklós Böhm e Prof. Adolfo Max Rothschild - os fundadores do Grupo Pró-Música.

O Prof. Luiz Hildebrando Pereira da Silva foi responsável pela vinda do Octeto de Paris, com patrocínio do governo francês. Contudo, o Prof. Luiz Hildebrando foi cassado ainda em 1969, pelo AI-5. Junto com ele foi cassado também o reitor da USP, o Prof. Hélio Lourenço de Oliveira, justamente porque este se recusou a colaborar com o processo de cassação imposto a professores da USP pelo então ministro Gama e Silva do Regime Militar. Não obstante este fato triste da história da USP e de nosso país, o Grupo Pró-Música prosseguiu graças às iniciativas também de outros professores da FMRP-USP, entre eles, Prof. André Ricciardi Cruz, Prof. Renato Hélios Migliorini (ambos ex-diretores da FFCLRP-USP) e Prof. Cassio Bottura. Deve-se ressaltar também a atuação de suas respectivas esposas, as senhoras Emilia Blat Migliorini, Lydia Kaysel Cruz e Ignez Bottura, todas elas empenhadas na organização dos concertos e em sua divulgação. O funcionário Márcio Massari, secretário da FMRP-USP, trabalhou inicialmente na estrutura de produção. Na FMRP-USP também apoiaram os concertos do Grupo Pró-Música: Prof. Humberto Menezes, Prof. Wilson Roberto Navega Lodi, Prof. Bernardo Mantovani, Prof. Frederico Graeff (posteriormente vice-diretor da FFCLRP-USP) e os então alunos Helio Cesar Salgado, José João Lachat, Luiz Antônio Freitas, Fernando Nobre, Claudio José Assan, Dario Henrique da Silva e Roberto Borges, entre outros.

Desde 1969, os concertos foram realizados quase sempre na Capela do Campus da USP. Há o documento talvez mais antigo da Câmara Municipal de Ribeirão Preto, um ofício do vereador Flávio Condeixa Favaretto, de 23 de maio de 1969, solicitando providencias para que seja asfaltado o acesso à Capela do Campus justamente por conta destas atividades iniciais do Grupo Pró-Música.

O Grupo Pró-Música seria ainda presidido por outros dois professores da FMRP-USP, Prof. Venâncio Pereira Leite e Prof. Pierluigi Castelfranchi. Desde então, este projeto de concertos mensais de música de câmara e também sinfônicos do Grupo Pró-Música, hoje chamado “Temporada de Música de Câmara”, em Ribeirão Preto, vem se realizando ininterruptamente.

Nos anos 80 e 90 do século passado, os concertos foram transferidos para a Casa do Advogado, quando o Grupo Pró-Musica foi presidido por Francisco Pagano e, posteriormente, por Julio Risso, mantendo-se este até hoje no posto - sempre com a colaboração estreita de demais diretores, destacando-se Adélia de Jesus Gomes e Maria Lizette P. Oliveira Santos.

A saudosa professora de piano Lourdes Gandra (1916-2003), desde os anos 70 até os anos 90, teve grande importância no Grupo Pró-Música por sua atuação empreendedora na curadoria artística. Destaca-se também, ao lado de Dona Lourdes Gandra, a participação sempre dedicada dos professores da FFCLRP-USP, Prof. Marcel Awad Herraiz e Profa. Lisete Diniz Ribas Casagrande.

A partir de 1997, na gestão do reitor Prof. Jacques Marcovitch, os concertos voltam ao Campus da USP de Ribeirão Preto e passam a ser realizados na Sala de Concertos da Tulha, recém reformada, com apoio então da Prefeitura do Campus – através das iniciativas do Prof. Moacyr Antônio Mestriner e do Prof. Wilson Roberto Navega Lodi, ambos da FMRP-USP, e, desde então, com nossa curadoria artística, contanto ainda com o apoio à produção, desde 2001, do funcionário Waldyr José Gomes Fervença.

Desde 2005, desenvolve-se uma tríplice parceria do Grupo Pró-Música, além da USP, contando agora também com a Fundação D. Pedro II. Os concertos são realizados na grande sala de concertos do Theatro Pedro II, cujo público muitas vezes superior a 500 pessoas já não cabia mais nos espaços da USP de Ribeirão Preto - bem como raras são as salas no Estado de São Paulo de igual excelência para a música de câmara e sinfônica, com toda sua monumentalidade e beleza estrutural. A realização do projeto na área central da cidade (e não mais no distante Campus da USP) contribuiu para a consolidação do projeto quanto à questão da democratização do acesso a um público mais amplo e abrangente. Por conta deste trabalho de inserção social, a 15 de maio de 2008, ao lado de nosso aluno de pós-graduação, o violeiro Roberto Corrêa (pela ocasião em que se apresentou como solista), recebemos da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo os “Votos de Congratulações com a população paulista e ribeirãopretana pelo projeto Temporada de Música de Câmara 2008 – pelo trabalho de democratização em prol da música” (Requerimento de 6 de maio de 2008, da então deputada Dárcy Vera, hoje prefeita de Ribeirão Preto).

Em 2011, a FFCLRP-USP passou a ser unidade por parte da USP a coordenar a “Temporada de Música de Câmara”, sempre com o apoio da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da USP - com a colaboração dos funcionários Célia Meirelles, Cristiano Ferrari, Tiago Araújo, Luiz A. dos Santos e André Estevão.