Rubens Russomanno Ricciardi

Professor Titular

Aluno de Olivier Toni, Gilberto Mendes e Stephen Hartke, Rubens Russomanno Ricciardi é graduado em música (1985), mestre com dissertação sobre Hanns Eisler (1995), doutor com tese sobre Manuel Dias de Oliveira (2000), livre-docente com tese em filosofia da música (2003) e professor titular em regência e instrumento (2006) pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, em São Paulo.

Especializou-se em musicologia na Universidade Humboldt de Berlim (1987-1991), sob orientação de Günter Mayer.

É fundador do Curso de Música pela USP em Ribeirão Preto (projeto aprovado pelo Conselho Universitário da USP em julho de 2001), posteriormente Departamento de Música da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da USP (desde dezembro de 2010), onde hoje atua como professor titular.

Fundou também a USP-Filarmônica, a orquestra de alunos da USP de Ribeirão Preto (do qual é maestro titular desde 2011), o Ensemble Mentemanuque (diretor artístico desde 1993).

É professor responsável pelo Festival Música Nova "Gilberto Mendes", bem como coordenador do NAP-CIPEM (Núcleo de Pesquisa em Ciências da Performance em Música) e do Centro de Memória das Artes na USP em Ribeirão Preto (desde 2012). É autor do projeto ainda, pela USP de Ribeirão Preto, do primeiro Bacharelado em Viola Caipira do Brasil (desde 2004).

Tem artigos e capítulos de livros em filosofia da música, poética musical e musicologia histórica publicados no Brasil, em Portugal e na Alemanha.

Suas composições se caracterizam pela influência de compositores como De Falla, Bartók, Stravinsky, Villa-Lobos, Prokofiev, Eisler, Chostakovitch, Cláudio Santoro, Gilberto Mendes e Ligeti.

Seu repertório de composições próprias abrange música de câmara e sinfônica. Sua composição sinfônica Candelárias (1995), abertura trágica memorial à Chacina da Candelária ocorrida no Rio de Janeiro, a 23 de julho de 1993, apresentada por orquestras brasileiras, como a Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto, de Santos, OSESP em São Paulo, OSB no Rio de Janeiro, e também no exterior, pelo Ensemble McGill de Montreal (Canadá), Orquestra Sinfônica de Bilbao (País Basco, Espanha) e Orquestra Filarmónica de la Ciudad de México, foi obra premiada no XXII Foro Internacional de Música Nueva Manuel Enríquez, Cidade do México.

Obras

Cantada - do livro de poemas Dentro da Noite Veloz (1962-1975) de Ferreira Gullar - canção bossa-nova (canto com microfone amplificado e orquestra), 1983.

Cancionero casto: Dos canciones latinoamericanas, I) La dama blanca - poema de Augustin Gomes-Lubian Urioste - (barítono e piano) & II) Esto es sencillo - poema de Pablo Neruda - (mezzo-soprano e piano), 1984.

Canto dos esquecidos - com citações do Hino da Reforma Agrária ou Canto dos Lavradores - (quarteto de cordas), 1984.

Menschentotenlied / Exercício Dodecafônico - homenagem a Gilberto Mendes (soprano e piano), 1985.

Klavierübungen, seis peças para piano solo, I) Præludium, II) Gymnopedie (com versão também para saxofone alto e piano), III) Étude, em homenagem aos Quadros de uma exposição de Mussorgski, IV) Chaconne sobre um tema vienense da caatinga, via Lucca, V) Nocturne, VI) Toccata, 1985-2010.

Eisleriana - inspirado no texto do Elogio do Revolucionário da peça A mãe (1931) de Bertolt Brecht - em homenagem a Hanns Eisler (baixo solista, coro SATB, sexteto de sopros, percussão e piano), 1985.

Elegia (clarineta solo e quinteto de cordas), 1985.

Viva Gramsci (orquestra), 1986.

Gegen Verführung - poema de Bertolt Brecht (mezzo-soprano solista, coro feminino e orquestra), 1988.

Chico Mendes - poema de Wolfgang Herbert - cantata (tenor solista, coro SATB e orquestra), 1990.

Cantigas de ninar - suíte folclórica brasileira - I) Se esta rua fosse minha; II) Nana nenê; III) Terezinha de Jesus; IV) Boi da Cara Preta); V) Sou pobre pobre pobre (quarteto de cordas), 1990.

Música para a reinauguração do Theatro Pedro II (violino e piano), 1992.
In memoriam Antonio Guedes Barbosa (quinteto de sopros, piano e contrabaixo), 1993.

Candelárias - abertura trágica memorial à Chacina da Candelária ocorrida no Rio de Janeiro a 23 de julho de 1993 (orquestra), 1994/1995.

Bach e Webern se encontram na Alta Mogiana (flauta e piano), 1994.

Estudo nº 1 (violino solo), 2001.

Requiem pour l’émancipation du sujet rationnel (violoncelo solista e orquestra), 2008.

La Señora Oriana, a Dulzinea del Toboso (soprano solista, viola caipira, violão e quinteto de cordas), 2013.

Amar e ser amado, com poema de Castro Alves (tenor solista, violino solista e orquestra de cordas), 2015.

Agora que sinto amor, com poema de Fernando Pessoa (soprano solista e orquestra de cordas), 2017.

Menina paulista, inspirado na série de meninas de Candido Portinari, com poema de Lucília Junqueira de Almeida Prado (dupla caipira, viola caipira e orquestra), 2017.

Anunciação, com poema de Vinícius de Moraes (mezzo-soprano solista e orquestra), 2018.

Área de Pesquisa

- Performance musical
- Filosofia da música

Principais produções

Uma poética musical, brasileira e revolucionária
Viola caipira: das práticas populares à escritura da arte
Sonoridades luso-afro-brasileiras